Por que devemos vermifugar um animal antes de vacinar?

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Em post anterior você pode ver como o sistema imune adaptativo funciona em relação a apresentação de antígenos e produção de anticorpos. Hoje veremos como uma simples vermifugação pode interferir na produção de anticorpos vacinais.

Em post anterior vimos como ocorre a apresentação de antígenos pelas células apresentadoras de antígenos (células dendríticas e monócitos/macrófagos) e como ocorre o processamento antigênico para a formação de anticorpos.

Hoje você entenderá como um simples parasitismo intestinal, pode interferir drasticamente na formação de anticorpos de memória (IgG).

Preste atenção na ilustração abaixo:

A resposta a um parasitismo intestinal, ou uma hipersensibilidade alérgica é papel dos linfócitos TCD4+ fenótipo TH2, dessa forma, quando há por exemplo uma verminose intestinal, o fenótipo de linfócito TCD4+ correto para agir é o TH2, pois o mesmo ativará linfócitos B, mas o isótipo de imunoglobulina (tipo do anticorpo) produzido é a IgE, que se instala na superfície de mastócitos e basófilos. O fenótipo TH2 também chama eosinófilo para o local infestado.

Sim, a resposta TH2 contra uma helmintose intestinal é a ideal, só que temos um problema, dentre as várias citocinas produzidas pelo fenótipo TH2, temos a Interleucina 10 (IL-10) que inibe qualquer ação do fenótipo TH1 de linfócitos TCD4+, ou seja, os dois fenótipos não podem coexistir.

Então, se aplicarmos uma vacina em um animal com um parasitismo intestinal, por exemplo, não haverá produção de anticorpos de memória (IgG), pois a IL-10 irá inibir a produção e ação do interferon gama (INF-Ɣ), não deixando desenvolver o fenótipo TH1.

O que queremos é um animal vermifugado e em um bom estado nutricional para a vacina ser eficaz.

Você aprendeu então que vermifugamos um animal antes de vacinar para termos uma população de linfócitos TCD4+ TH1em número suficiente para uma boa resposta vacinal.

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