Nesse post você comparará a evolução do tratamento da leishmaniose visceral humana e canina e verá, a partir dos resultados, porque os cães são considerados reservatórios do parasita.
A Leishmaniose Visceral é uma zoonose de evolução crônica, causada pelo protozoário Leishmania infantum com acometimento sistêmico e, se não tratada, pode levar a óbito até 90% dos casos. É transmitida ao humano pela picada de fêmeas do inseto vetor infectado, denominado flebotomíneo e conhecido popularmente como mosquito palha, asa-dura, tatuquiras, birigui, dentre outros. No Brasil, a principal espécie responsável pela transmissão é a Lutzomyia longipalpis.
Diagnóstico
O diagnóstico da Leishmaniose Visceral pode ser realizado por meio de técnicas imunológicas e parasitológicas. Uma vez diagnosticada, quanto mais cedo for iniciado o tratamento maiores são as chances de evitar agravo e complicações da Leishmaniose Visceral, que se não for tratada adequadamente, pode ser fatal.
Diagnóstico imunológico
Baseia-se na detecção de anticorpos anti Leishmania. Existem diversas provas que podem ser utilizadas no diagnóstico da LV, e dentre elas podemos citar duas técnicas disponibilizadas pelo Sistema Único de Saúde.
1 – Reação de Imunofluorescência Indireta (RIFI) – consideram-se como positivas as amostras reagentes a partir da diluição de 1:80. Nos títulos iguais a 1:40, com clínica sugestiva de LV, recomenda-se a solicitação de nova amostra em 30 dias.
2 – Teste rápido imunocromatográfico – são considerados positivos quando a linha controle e a linha teste aparecem na fita ou na plataforma.
Diagnóstico parasitológico
É o diagnóstico de certeza feito pelo encontro de formas amastigotas do parasito, em material biológico obtido preferencialmente da medula óssea.
Examinar o material aspirado de acordo com esta sequência: exame direto, isolamento em meio de cultura (in vitro), isolamento em animais suscetíveis (in vivo), bem como novos métodos de diagnóstico.
Outras amostras biológicas podem ser utilizadas tais como o linfonodo ou baço. Este último deve ser realizado em ambiente hospitalar e em condições cirúrgicas.
Tratamento
Apesar de grave, a Leishmaniose Visceral tem tratamento para os humanos. Ele é gratuito e está disponível na rede de serviços do Sistema Único de Saúde (SUS). Os medicamentos utilizados atualmente, como o Glucantime®, para tratar a LV não eliminam por completo o parasito nas pessoas e nos cães. No entanto, no Brasil o humano não tem importância como reservatório, ao contrário do cão, que é o principal reservatório do parasito em área urbana.
Nos cães, o tratamento com oMilteforan®, pode até resultar no desaparecimento dos sinais clínicos, porém eles continuam como fontes de infecção para o vetor, e, portanto, um risco para saúde da população humana e canina. Neste caso, a eutanásia é recomendada como uma das formas de controle da Leishmaniose Visceral, mas deve ser realizada de forma integrada às demais ações recomendadas pelo Ministério da Saúde.
Para possíveis casos de resistência ao tratamento da leishmaniose visceral humana, temos uma droga substituta, a Anfotericina B Lipossomal, porém, deixamos essa droga como última escolha.
OBS: Apesar das informações retiradas do site do Ministério da Saúde, esse autor não corrobora com determinadas condutas supracitadas.